Uma série de buscas de crentes na região de Penza. Um processo criminal iniciado sob o artigo "extremista"

Na manhã de 11 de outubro de 2020, as forças armadas invadiram 4 apartamentos na cidade de Nikolsk, localizada a aproximadamente 100 km de Penza. Pertences pessoais foram levados dos fiéis. Entre os revistados estava Yuri Kim, de 60 anos, suspeito de extremismo.

Assim, um micro-ônibus chegou à casa de um jovem casal, policiais de máscaras e com fuzis automáticos saíram. Eles começaram a bater a porta da casa do casal, mas o próprio chefe da família abriu. Investigador de casos especialmente importantes da Diretoria de Investigação do Comitê de Investigação da Rússia para a região de Penza, o tenente sênior Igor Saulin apresentou aos fiéis uma ordem de busca emitida em 7 de outubro pelo tribunal distrital de Pervomaiskiy de Penza com base em um processo criminal iniciado. Equipamentos eletrônicos, telefones, flash-drives, relógios, cartas e cartões bancários foram levados dos cônjuges. O casal foi levado para interrogatório que durou cerca de 2,5 horas. Depois disso, os crentes foram libertados.

Uma das buscas também foi realizada na casa de Yuriy Kim, contra quem foi instaurado um processo criminal sob a parte 1 do artigo 282.2 do Código Penal da Federação Russa - organização das atividades da organização proibida. Um reconhecimento para não sair foi tirado de Yuriy Kim. Outros detalhes são especificados.

Entre os investigados com base em suspeitas infundadas de extremismo estavam um homem com deficiência e sua esposa.

"Alguém estava batendo na porta e queria arrombar. Não consegui abri-lo imediatamente, pois minha perna foi amputada e algumas partes dos meus dedos estavam faltando. Foi difícil para mim me orientar", conta o crente sobre os acontecimentos vividos por ele. Segundo a mulher, os seguranças tentaram entrar no apartamento não só pela porta: "Um homem camuflado começou a bater na moldura da janela com uma montaria, preparando-se para derrubá-la. Abri a porta. 8 pessoas entraram na casa".

"Perguntei o que eles estavam procurando. O investigador respondeu: "Tudo relacionado à religião e a Jeová", continua o chefe da família.

"Eles tiraram fotos pessoais, quatro Bíblias (inclusive na Tradução Sinodal, na Tradução de Arquimandrita Macário e na Tradução Moderna), além de um dicionário evangélico, anotações pessoais sobre um tema bíblico, cartões-postais, um passaporte estrangeiro, até meus poemas pessoais sobre Jeová", diz o crente. Segundo a mulher, as forças de segurança também estavam interessadas em saber por que ela e o marido "não acreditam como todo mundo".

O marido diz: "Tenho hipertensão e problemas cardíacos. Há dois anos, ele foi internado com suspeita de AVC. Durante as buscas, a pressão saltou drasticamente. À noite, me senti mal novamente. A pressão não diminui, de manhã o nariz sangra, o coração voltou a doer.

Menos de um mês antes das buscas em Nikolsk, em 16 de setembro, o tribunal tomou uma decisão sobre o caso de 6 crentes de Penza e os condenou a pena suspensa com base em acusações semelhantes de extremismo apenas pelo fato de lerem a Bíblia junto com os crentes. Sentenças por práticas religiosas das Testemunhas de Jeová são proferidas na Rússia, apesar do fato de que sua fé não é proibida no país.